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Sunday, October 01, 2006

Stressadinhas no Divã [3]

Em " Mande-me algo, algum sinal..."
(trecho da música Send me some lovin´- saiba + nesse blog)
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por Kareen Terenzzo.:
Olá amiga stressadinha! Quase que esse post não sai. Além de todas as caraminholas que foram se formando nesta cabecinha já dotadas de castanhos cachos, confesso que tive problemas localizados, conhecidos como Tico e Teco, para coordenar às definições, alterações, formatações, e outras "ções" desse Blog.
O tema "testosterona atrai testosterona" já estava bem definido nas minhas caraminholas castanhas; há duas semanas, o tema prevalecia não só no ar que vive e respira essa stressadinha que escreve, mas entre as pessoas próximas a ela também. Acho que é o começo da Primavera... O fato é que, entre o Tico e Teco se debatendo, deu "boot" , e acabei redirecionando o tema desse post. Mulher de fases.
E a fase que gerou esse post nada mais é que o resultado gerado pelos hormônios exalados nas semanas anteriores, e que chega agora, passada a adrenalina (aquela do frio na espinha e no estômago): a fase da espera. Sim, você conhece, eu conheço: a espera de uma ligação no celular, de um e-mail, de uma mensagem no celular, no msn, no skype. A espera de uma ligação na sua casa (acho que as pessoas esquecem que temos um número de telefone em casa!). Talvez um recado. Mas nada acontece. Um dia você entra no seu prédio, o porteiro te chama, e você vai lá feliz da vida, pronta para receber um buquê de flores, um recado, uma carta (!!!). Mas não, é só o condomínio, ou um monte de contas para pagar, ou o santinho do candidato do bairro... As pessoas poderiam ter mais sensibilidade nessa hora!
Até que finalmente, seu telefone toca, ele está na bolsa junto com todo seu kit Fifi e você não acha, joga tudo no sofá, no chão e consegue salvar o celular para que a ligação não caia. Você sente o mau humor invadindo suas veias quando olha na bina e reconhece que o número é de qualquer pessoa, menos de quem você gostaria que fosse. Mas você atende, super stressadinha, lóóógico.
Por isso, essa semana a pergunta no ar era: como nós stressadinhas podemos controlar nossas expectativas? Como manter a calma e a paciência enquanto as coisas que você espera que aconteçam não acontecem? Lógico que estamos falando de coisas do coração, do amor, da paixão, do romance... Alguém tem a receita? Todas nós temos a receitinha na bolsa (seja ela Louis Vuitton ou Le Postiche):
ligar para as amigas, trabalhar até mais tarde, mudar a decoração da casa, estudar algo novo, fazer academia, ligar para aquele mocinho que parecia interessado em você, fazer terapia, se jogar na balada, comer muito chocolate, ir para yoga, ir às compras, tomar um pileque, ir para uma sessão beleza, mudar o corte ou a cor do cabelo, ou passar a mão no telefone, ligar para o "motivo da espera", e resolver logo o assunto. TSC TSC TSC.
É amiga stressadinha, tantas coisas, mas nadinha vai resolver se você não estiver bem com você mesma. Essa pode ser "a receitinha" mas cada uma tem o seu próprio tempero.
A última vez que tive uma crise stressadísima do tipo "por que ele não ligou mais?" faz um tempo. Por sorte, quando a casa estava prestes a cair, uma amiga ligou antes de eu ter a chance de ligar para o moço em questão (aliás, amigas, nestas horas devemos "funcionar" como 190, 0800, etc.: práticas, concisas, pegar todas as informações possíveis e atuar em cima de fatos. Nada de devaneios. Isso é só para vítima). Voltando àquele momento, lembro que minha amiga Kika, salvadora, agiu com um profissionalismo espantoso. Fria. Racional. Até "meio francesa" demais (rsss). Exigia respostas objetivas e curtas para as minhas "acusações" e apenas analisava-as. Hoje mesmo, ao telefone com ela, lembramos da situação e rimos muito. Até porque, adivinhem?!, passada a crise, tempos depois, a situação se reverteu de tal forma, que eu defini quando atenderia, ou não, aos telefonemas e e-mails do tal mocinho (suspiros).Passou...
Por que não tive mais um momento stressadinha como aquele? Não sei. Talvez porque ainda não tenha encontrado outro mocinho que tivesse me empolgado tanto. Talvez porque me mantive ocupada, digamos. Ou talvez porque tenha apenas deixado de esperar. E este pode ser um "diferencial de mercado"! Para as stressadinhas interessadas em aprofundar esse assunto, segue a dica de um livrinho que ficou na minha cabeceira por muito tempo: "A Felicidade Desesperadamente" (André Comte-Sponville). É bom já dizer que o nosso amigo aqui é um filósofo, então você não vai encontrar frases feitas: faça isso ou aquilo. O título por si só, já dá uma prévia do que o autor quer dizer, já que ele filosa que desesperar quer dizer não esperar, já que só esperamos algo que desejamos e não temos. E nós mocinhas adoramos esperar algum coisa...
Nós estamos sempre esperando. Esperando o outro. E que o outro valide nossa espera. Que o outro faça algo. Que ele valide nossos sentimentos, nossas atitudes. Que ele encha nossa bola. Que ele valide que tudo vai dar certo. Que tudo é esse? Aquele tudo que nós já planejamos. Ora você sabe... Mulher é assim. Mesmo as moderninhas tá?! Faz planos. Sai planejando o fim de semana. Se for como eu, talvez não planeje nada, mas fica imaginando como seria vida ao lado do mocinho, se seus amigos vão gostar dele, se os amigos dele vão gostar de você... Sei, sei. Até ele desaparecer, não te ligar mais, ou dizer simplesmente que não está num momento bom para se envolver com alguém. Maneira elegante de dar o fora em alguém, também utilizada por nós mulheres, não é mesmo?
Às mulheres stressadinhas, ou não, sabem que não é fácil administrar as caraminholas de um ínício e esperança (huuuum!!) de um romance. Mas pensem, este é só o momento inicial, o primeiro de algo que pode (tomara!!), ou não, se tornar um relacionamento, um namoro, um caso, uma paixão. Se for pra frente, outras caraminholas virão. Então, usando a frase do Arnaldo Antunes (ainda na época dos Titãs) e muito apropriadamente usada pelo meu amigo Junior, no dia a dia: "o pulso ainda pulsa...". Que bom!

> Quer ler mais sobre o assunto? Vai lá: National Geographic, fev. 2006, A Química do Amor.

1 comment:

André Debevc said...

Oi!

Postei um comentário lá onde vc publicou meu texto da Calcinha de Algodão.

bj,

André